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Máscara da Ilusão


MirrorMask, de Dave McKean, Reino Unido/EUA,2005 - DVD
Parceiro há décadas do escritor Neil Gaiman, o artista plástico britânico Dave McKean ilustrou vários de seus trabalhos, tornando-se conhecido principalmente pelas exuberantes capas que criou para Sandman, uma das mais bem sucedidas e premiadas graphic novels de todos os tempos. Máscara da Ilusão retoma essa fecunda parceria, na primeira incursão de McKean pelo longa-metragem, baseado em roteiro inédito de Gaiman.
Aqueles que acompanham o trabalho de Neil Gaiman – seja através de suas graphic novels (Sandman, Os Livros da Magia, Orquídea Negra) ou de seus romances (Belas Maldições, Deuses Americanos) – estão acostumados com sua imaginação extraordinária, capaz de criar mundos inteiros com um detalhismo e coerência impressionantes. Responsável pela tradução visual desse universo onírico, McKean é dono de um estilo inconfundível, numa mescla de desenho, fotografia, bonecos e manipulações digitais de imagem.



Assim como Coraline, obra infanto-juvenil de Neil Gaiman (não por acaso ilustrada por McKean), acompanhamos em Máscara da Ilusão o processo de amadurecimento de uma criança, tentando entender o mundo em que vive através da fantasia. Nesse sentido, o filme guarda semelhanças com o clássico A História Sem Fim, de Wolfgang Petersen, mas aqui o estilo de McKean se impõe, com um visual que impressiona desde o primeiro instante, indo do expressionismo à pintura de Hieronymus Bosch, passando pelo cinema de Michel Gondry.
Helena (interpretada pela estreante Stephanie Leonidas), trabalha no circo de seus pais. Apesar de seu cotidiano ser o sonho da maioria das crianças, ela gostaria de uma vida “normal” e estável e briga constantemente com sua mãe por isso. Após uma dessas discussões, sua mãe é internada com uma doença desconhecida. Arrependida e com peso na consciência, Helena adormece e se vê em um mundo de fantasias, um reino repleto de criaturas estranhas e pessoas mascaradas que está prestes a entrar em colapso, e cabe a ela restaurar esse equilíbrio perdido.



Se a alegoria do amadurecimento de Helena impressiona por seu retrato carinhoso e matizado (diferentemente da infância edulcorada da maioria dos filmes que focam nesse universo), infelizmente o visual hiperbólico de McKean, apesar de funcionar muito bem nos quadrinhos, aqui dá um ar excessivamente artificial ao filme, que impregna da interpretação à movimentação dos atores em cena, não permitindo que o espectador embarque inteiramente nessa fantasia. O enredo também dificulta esse envolvimento, uma vez que parece evoluir de maneira arbitrária, deixando ao acaso – e não às ações de Helena – a responsabilidade pelo seu desenvolvimento.
Máscara da Ilusão se apresenta, ao final, como uma bela fábula sobre a infância e a passagem para a vida adulta, mas que carece de vida e empatia junto ao espectador. Apesar do belo visual, um filme muito aquém dos que já nos proporcionou a parceria Gaiman-McKean.

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Autor:Admin
Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro

Um comentário:

  1. Ainda não assisti Coraline (filme o qual tenho uma curiosidade muito grande de assistir), mas vi Mirror mask no cinemax e gostei muito. Bastante fiel aos quadrinhos/universo de Gaiman.

    Cultura na veia:
    http://culturaexmachina.blogspot.com

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Traduzido por: © Templates para Blogger Gaming