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Série trilogias - #1 Trilogia das Cores de Krzystof Kieslowsky



No nosso primeiro podcast da série Trilogias
Angélica Hellish e Marcos Noriega recebem Juliano D'Angelo do Rapaduracast para conversar sobre a última obra desse importante diretor.
O diretor polonês Krzysztof Kieslowski faleceu em 13 de março de 1996 aos 54 anos, deixando para trás uma filmografia extensa e uma obra prima como legado para a humanidade. “A Trilogia das Cores” é esse legado.
Os filmes são baseados nas cores da bandeira francesa e no tema da sua famosa revolução, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, divididos individualmente em A Liberdade é Azul ( Blue ), A Igualdade é Branca ( White ) e A Fraternidade é Vermelha ( Red ).
Ao assistir na seqüência, percebe-se com mais clareza as sutis ligações que são feitas entre os filmes e as correlações que existem entre as distintas histórias. Os filmes se encontram a venda tanto de forma individual como em uma caixinha para lá de bacana.
Em “A Liberdade é Azul”, o drama toma conta da história. Conhecemos Julie (Juliette Binoche), que após perder o marido e a filha em um acidente de carro, renega tudo e todos e passa a viver evitando tudo que lhe cause qualquer emoção. O silêncio dá o tom, com o diretor mostrando uma riqueza de detalhes fantástica (como quando o médico avisa Julie da tragédia) e focando em objetos e pontos vazios para explorar a solidão da protagonista.

“A Igualdade é Branca” é um filme mais leve, mas não menos tenso. Nele, Karol Karol (Zbigniew Zamachowski) leva a vida com uma incrível falta de tato e principalmente de sorte. Sua mulher Dominique (Julie Delpy), o abandona às traças porque simplesmente ele não dá mais conta do recado de satisfazê-la. Karol Karol então volta para a Polônia e trama calmamente sua vingança contra a ex-mulher, que apesar da sua raiva não acontecerá de maneira gratuita, pois ele ainda a ama.
O toque de mestre de Krzysztof Kieslowski chega em “A Fraternidade É Vermelha”, um drama centrado em redenção e procura, apimentado com desilusões, tristezas e rotina. Valentine (Irene Jacob) é uma modelo que vive em Paris e vê sua vida meio em frangalhos, longe do namorado e vendo sua família ruir.
Ao conhecer um juiz aposentado (Jean-Louis Trintignant) que passa o resto da vida a espionar os vizinhos, Valentine vê sua vida mudar e tomar rumos inesperados.
Com os três filmes da trilogia, Krzysztof Kieslowski uniu emoção, sentimentos e sujeira humana em um momento único da Europa, que passava por um processo todo especial após a queda do Muro de Berlim. Com os longas, ganhou prêmios importantes como o Leão de Ouro de Veneza, o Urso de Prata de Berlim e o Festival de Cannes, além de indicações para o Oscar. Nada mais justo para uma obra de rara beleza e poesia. Indispensável.
Edição feita por Daniel Volponi
Nosso email: contato.cinemasmorra@gmail.com
Skype: Masmorracast


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Download da Trilogia no Filmes com Legenda
Download da Trilogia no Super Cine Anarquia

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Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro

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Asian Film Awards em 21 de Março de 2011 - Os Indicados



Página Oficial

Melhor Filme
AFTERSHOCK | China
CONFESSIONS | Japão
LET THE BULLETS FLY | China
PEEPLI LIVE | Índia
POETRY | Córeia do Sul
TIO BOONMEE, QUE PODE RECORDAR DE VIDAS PASSADAS | Tailândia

Melhor Diretor
Feng Xiaogang | AFTERSHOCK – China
Jiang Wen | LET THE BULLETS FLY- China
Lee Chang-dong | POETRY – Córeia do Sul
Miike Takashi | THIRTEEN ASSASSINS – Japão
Na Hong-jin | THE YELLOW SEA – Córeia do Sul
Nakashima Tetsuya | CONFESSIONS – Japão

Melhor Ator
Chow Yun-fat | LET THE BULLETS FLY – China
Ge You | SACRIFICE – China
Ha Jung-woo | THE YELLOW SEA – Córeia do Sul
Ethan Ruan | MONGA – Taiwan
Yakusho Koji | THIRTEEN ASSASSINS – Japão

Melhor Atriz
Jeon Do-yeon | THE HOUSEMAID – Córeia do Sul
Kikuchi Rinko | NORWEGIAN WOOD – Japão
Matsu Takako | CONFESSIONS – Japão
Xu Fan | AFTERSHOCK – China
Michelle Yeoh | REIGN OF ASSASSINS – China/Taiwan

Melhor Ator Coadjuvante
Huang Xiaoming | SACRIFICE – China
Sammo Hung | IP MAN 2 – Hong Kong
Okada Masaki | CONFESSIONS – Japão
Ryu Seung-beom | THE UNJUST – Córeia do Sul
Yu Hae-jin | MOSS – Córeia do Sul

Melhor Atriz Coadjuvante
Aoi Yu | About Her Brother – Japão
Kimura Yoshino | CONFESSIONS – Japão
Carina Lau | LET THE BULLETS FLY – China
Shanty Paredes | Madame X – Indonesia
Yoon Yeo-jeong | The Housemaid – Córeia do Sul

Melhor Revelação
Mark Chao | MONGA – Taiwan
Aarif Lee | ECHOES OF THE RAINBOW – Hong Kong
Omkar Das Manikpuri | PEEPLI LIVE – Índia
Choi Seung-hyun | INTO THE FIRE – Córeia do Sul
Zhou Dongyu | UNDER THE HAWTHORN TREE – China

Melhor Roteiro
LET THE BULLETS FLY | China
LOVE IN A PUFF | Hong Kong
POETRY | Córeia do Sul
REIGN OF ASSASSINS | China/Taiwan
THE UNJUST | Córeia do Sul

Melhor Direção de Arte
THIRTEEN ASSASSINS | Japão
DETECTIVE DEE AND THE MYSTERY OF THE PHANTOM FLAME | China
MADAME X | Indonesia
MONGA | Taiwan
THE YELLOW SEA | Córeia do Sul

Melhor Fotografia
I SAW THE DEVIL | Córeia do Sul
MONGA | Taiwan
NORWEGIAN WOOD | Japão
THE LIGHT THIEF | Quirquistão
THE STOOL PIGEON | Hong Kong

Melhor Figurino
THIRTEEN ASSASSINS | Japão
DETECTIVE DEE AND THE MYSTERY OF THE PHANTOM FLAME | China
LET THE BULLETS FLY | China
NORWEGIAN WOOD | Japão
THE HOUSEMAID | Córeia do Sul

Melhor Montagem
THIRTEEN ASSASSINS | Japan/UK]
CONFESSIONS | Japão
I SAW THE DEVIL | Córeia do Sul
PEEPLI LIVE | Índia
UNDER THE HAWTHORN TREE | China

Melhor Trilha Musical
GOLDEN SLUMBER | Japão
MONGA | Taiwan
PEEPLI LIVE | Índia
REIGN OF ASSASSINS | China/Taiwan
THE YELLOW SEA | Córeia do Sul

Melhor Efeitos Visuais
INTO THE FIRE | Córeia do Sul
AFTERSHOCK | China
DETECTIVE DEE AND THE MYSTERY OF THE PHANTOM FLAME | China
SPACE BATTLESHIP YAMATO | Japão
THE MAN FROM NOWHERE | Japão

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Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro

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Batendo Papo na Masmorra #20 - Flashpoint, Bronson, Hiroshima e Nagasaki


Vamos lá!
Mas um Batendo Papo na Masmorra no pedaço!
E dessa vez só com os masmorreiros!
Edu Cosso do Destino Poltrona falando do interessante filme Chinês de ação Flashpoint, Marcos Noriega que por indicação do brother Rod Reis assistiu o terrível e hilário Bronson e Angélica Hellish que numa noite insônia, trocou o sono pelas lágrimas assistindo Clarão, Chuva Negra - A Destruição de Hiroshima e Nagasaki.
E você? O que andou assistindo?Comenta aí!
Citados off topic: O Bom, o Mau e o Bizarro, Sukiaki Western Django, Banana Joe,O Profeta, Os Últimos Passos de um Homem,Anime Gen Pés Desçalços, Radio Bikini, Chuva Negra - A Coragem de uma raça, Túmulo dos Vagalumes e o live action Clique aqui!
Links interessantes: Texto sobre o anime Gen Pés Descalços, por Pablo Villaça, Quadros pintados pelos sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki Clique aqui.

Nosso email: contato.cinemasmorra@gmail.com
Skype: masmorracast

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De mudança...again!


Pode me chamar de "Cigana Sandra Rosa Madalena"!
Mais um ano, e lá vou mudar de endereço.
Mas vocês devem estar se perguntando: "Que catzo eu tenho a ver com isso?" Pois é.
Me justifico aqui, como editora e responsável pelo blog ( inclusive publicação dos podcasts, entre outras coisas ) para que saibam que devido à proximidade da minha mudança, alguns atrasos podem e devem acontecer.
Casa nova, migração de conexão, a vida real clamando...
Então me ausentarei por alguns dias até reorganizar minha vida e as tralhas que se acumulam.
Aos que precisarem mandar um recado para mim podem fazê-lo através do Marcos Noriega via twitter, que todos chegarão à minha pessoa.

Grande abraço, e até mais.

Angélica Hellish

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Decálogo - do grande diretor polonês Krzysztof Kieslowski



“Decálogo” (Dekalog, Polônia, 1987), do diretor polonês Krzysztof Kieslowski, é um projeto difícil de classificar e árduo de descrever. Alguns críticos preferem vê-lo não como um filme, mas como dez médias-metragens independentes entre si.
Eles não estão errados, mas também não estão certos. Difícil de entender? É o seguinte: as dez histórias independentes de “Decálogo” possuem uma unidade temática e narrativa rara.
Você pode ver um só episódio ou os dez, e então perceber conexões aparentemente invisíveis entre elas. De qualquer forma, a minissérie filmada para a TV polonesa está sendo, desde 2000, comercializada como um único pacote de três DVDs, nos EUA.

O formato é virtualmente perfeito para introduzir o espectador num dos projetos mais densos e belos já formatados para a telinha da TV. “Decálogo” é Kieslowski – o último dos grandes cineastas europeus a beber na fonte do existencialismo, a exemplo de Bergman e Antonioni – na plenitude de seus poderes de dramaturgo. Nas dez histórias, todas ambientadas em um conjunto residencial de Varsóvia, pessoas comuns enfrentam problemas cotidianos que se manifestam em diversas camadas de significados. Nas histórias, Kieslowski propõe uma discussão livre sobre temas universais da condição humana: amor, culpa, solidão, amizade, tristeza, ética, medo.


A idéia inicial do cineasta, que escreveu os dez roteiros junto com o parceiro Krzysztof Piesiewicz, era fazer um pequeno filme sobre cada um dos Dez Mandamentos. O projeto partiria de uma reflexão mais ampla a respeito da decadência dos valores católicos em uma Polônia transformada durante o século XX em terra devastada, pelos nazistas, e depois em território de ateísmo obrigatório, pelos comunistas. Enquanto escrevia as histórias, contudo, KIeslowski mudou de idéia. Retirou todas as referências à política, ao tempo e ao país, e deu dimensões mais universais à narrativa.

Além disso, o diretor não cometeu o erro de restringir cada história à abordagem de um único mandamento. Essa abordagem, pelo contrário, era sempre fluida, mera desculpa para a investigação de problemas que todos nós vivemos, em algum momento de nossas vidas. O fio narrativo comum é o espaço em que as tramas se desenrolam. O conjunto de apartamentos, com sua arquitetura monótona típica dos países do Leste europeu, sugere que, dentro de cada uma daquelas janelas, um drama universal e, ao mesmo tempo, particular se desenrola. Kieslowski sugere ter escolhido, quase aleatoriamente, dez dessas histórias para narrar.




Agindo assim, o diretor conseguiu produzir uma pequeno conjunto de filmes que pode ser assistido tanto como um projeto único quanto como dez pedaços de vida independentes. Coletivamente, “Decálogo” ganha ares de obra-prima; trata-se de uma coleção completa de histórias intimistas, que cobre todo o espectro de emoções a que um ser humano está exposto durante sua breve passagem pela Terra. Nesse sentido, “Decálogo” consegue algo que nem mesmo os melhores trabalhos de Kieslowski (“A Dupla Vida de Verónique” e a trilogia das Cores) ousou atingir: transcendência. A soma dos dez fatores supera, e muito, o valor individual de cada um deles. É um caso atípico em que 2 mais 2 são 5.



Quando se observa os dez pequenos filmes como um conjunto único, fica difícil apontar destaques. Os episódios têm uma admirável coerência e uma força coletiva inigualável. Entre os meus preferidos está o terceiro, em que uma mulher desesperada bate à porta da casa de um ex-amante, em plena noite de Natal, e pede a ajuda dele para encontrar o marido desaparecido. O sexto, que narra a história de um rapaz tímido que se apaixona por uma vizinha e adquire o hábito de espiá-la e segui-la sempre que tem chance, é também surpreendente. Mas todas as histórias, de certa forma, o são. Elas estão muito distante do tipo de narrativa clássico, com começo, meio e fim bem demarcados. São pequenas fatias de vida, como se o Robert Altman de “Short Cuts” fizesse um filme menos dramático e enfocasse problemas mais banais.



Kieslowski filmou os dez episódios com diferentes diretores de fotografia, mas a unidade visual é bastante evidente. Ele também providenciou que os diferentes protagonistas de cada episódio aparecessem, como figurantes, em outros; assim, o espectador atento pode reconhecer o médico do episódio 2 dividindo um elevador com o casal que protagoniza o episódio 3, e assim por diante. Há ainda um personagem misterioso, que não tem nome e jamais abre a boca, que aparece nos dez episódios, observando a ação sem nunca tomar parte dela.
O sujeito é um mistério que Kieslowski nunca quis elucidar. Ele só pediu que o “homem sem nome” não servisse de distração para os verdadeiros mistérios que quis apresentar nos enredos de cada história. Que assim seja. “Decálogo” é cinema em um nível de excelência que não existe mais, obrigatório na coleção de qualquer cinéfilo que se interessa pelos mistérios da natureza humana.
Fonte: Cine Repórter por Rodrigo Carreiro



Trailer - Parte 1
Download do Decálogo no Super Cine Anarquia

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MahaBharata: "O modo de vida, a busca da iluminação, a ilusão dos sentidos, a presença dos deuses entre os humanos, a crença no karma e no dharma"


O Mahabharata é talvez o maior épico já escrito. Seu original chega a cem mil versos em sânscrito. Nele está contido famoso diálogo entre Krishna e Arjuna que se destabou como uma obra em separado, chamada Bhagavad-Gita.

Uma das maiores narrativas já concebidas pelo homem, o Mahabharata conta sob o ponto de vista do hinduísmo uma história poética da humanidade, desde sua origem até a grande guerra que por fim a definiu.
Quinze vezes maior do que a Bíblia, o Mahabharata é um épico composto de dezenas de histórias e centenas de personagens, supostamente escrito há 3 mil anos pelo poeta Vyasa, e anotado pela divindade Ganesha. A questão da origem do texto, como se pode imaginar, é mais do que confusa, e não há consenso de que ele foi todo escrito na mesma época e pela mesma pessoa, nem se foi anotado pelo mesmo elefante. É possível depreender do texto acontecimentos históricos da Índia, como grandes batalhas, genealogias de famílias reais, a origem das castas, de cidades e tanto mais. Além disso, as histórias contadas no Mahabharata têm aventura, drama, comédia, lances inusitados, traições. Não é de se estranhar que a primeira adaptação para o cinema, segundo o Imdb, tenha sido rodada já em 1920, sem som.

A versão escolhida para lhes apresentar o MahaBharata, é a que foi dirigida para a televisão francesa por Peter Brook. Com texto de Jean-Claude Carrière (renomado roteirista de, entre outros, A bela da tarde, A insustentável leveza do ser, Brincando nos campos do senhor e do recente Os fantasmas de Goya), o Mahabharata de Brook chegou a ser exibido no cinema, ainda que em um corte bem menor do que o da televisão. É possível encontrar essa versão reduzida em VHS, embora a série integral, de cinco horas e meia de duração, só exista em um DVD inédito por aqui. Pode parecer longa, mas nem de perto dá conta de todas as tramas e subtramas do texto original. Para se ter idéia, o seriado indiano do Mahabharata (1988-90), que pretendia contar a história toda, tem mais de setenta horas de duração.

Peter Brook e Jean-Claude Carrière adaptaram o Mahabharata primeiro para o teatro. A peça, que tinha cerca de nove horas de duração, era falada em francês e depois foi traduzida pelo próprio Carrièrre para o inglês. Deste texto, os dois criaram a minissérie que estreou na televisão francesa e na BBC em 1989.

O Mahabharata narra a guerra entre duas famílias de semideuses, os Kaurava e os Pandava, pelo controle de um reino ancestral. É também um relato minucioso de todos os pequenos e grandes eventos que, ao longo de séculos, culminaram nessa guerra. São dezenas de mitos da mais variada espécie, que vão se entrelaçando aos poucos para mostrar de onde surgiram as duas famílias, na verdade dois ramos de uma mesma família, e como eles se tornaram rivais.
O rei no momento é o cego Dhritarashtra, patriarca dos Kaurava. Seu irmão, Pandu, morreu vítima de uma maldição terrível, que não o permitia tocar, quanto mais agarrar, como ele tentou, as mulheres.
A linhagem de Pandu, os Pandava, ficou sob o cuidado de Dhritarashtra e sua prole, mas desde o início os primos todos não se deram bem. Porém, mesmo relegados pelo tio a uma região infecta do reino, os Pandava prosperaram, o que despertou inveja e outros sentimentos mesquinhos nos primos monarcas. Sabendo que Yudhishthira, líder dos Pandava, é apaixonado pelos dados, e que ele joga mal, os Kaurava armam uma partida. Rodada após rodada, Yudhishthira perde suas jóias, seus castelos, os exércitos, as jóias e os castelos dos irmãos.
Ele então perde o reino, a si mesmo e a esposa, Draupadi.

Mas há um problema, e, portanto, uma breve lenda para explicá-lo. Quem ganhou Draupadi numa competição foi Arjuna, irmão mais novo de Yudhishthira. Ele teria o direito de casamento, se não tivesse chegado em casa e dito: "Olha só o que eu trouxe, mãe!". Isso porque a mãe, antes de olhar o que se tratava, respondeu: "Seja o que for, divida com seus irmãos". E ela nunca pode voltar atrás no que fala, o que é uma espécie de costume dos semideuses hindus mais ortodoxos. Então Draupadi se torna esposa dos cinco Pandava, e não só de Yudhishthira. E além do mais, ela foi apostada depois de ele ter perdido a si mesmo no jogo de dados, o que suscita todo o tipo de questão quanto à legitimidade da aposta. Novos arranjos são discutidos e os Pandava acabam no exílio. Eles devem permanecer 13 anos na floresta, o último deles sem serem encontrados pelos Kaurava de maneira alguma, sob pena de morte. Depois do período, eles poderiam voltar à capital reclamar o trono.

A batalha:
Os irmãos Pandava não acreditam nas promessas de Dhritarashtra, e passam os próximos 13 anos conquistando aliados e se preparando para a guerra. A batalha entre as famílias é o ponto central da narrativa, e ocupa as duas horas finais da fita.
De um lado, os Kaurava contam com Bishma e Drona.
O primeiro é tio de Dhritarashtra, um guerreiro mitológico que recebeu dos deuses o direito de escolher a hora de sua morte. As duas famílias cresceram na companhia de Bishma, que bem preferia lutar ao lado dos Pandava, mas uma combinação de maldições e promessas faz com que ele seja obrigado a liderar os Kaurava no campo de batalha. Drona é outro grande guerreiro, na verdade quem treinou todos os primos para guerra, e ele é leal ao rei.

Do lado dos Pandava está Krishna, a encarnação do deus Vishnu na Terra. Krishna é uma espécie de conselheiro das duas famílias, mas antes da batalha ele oferece a Arjuna uma escolha. Arjuna e os Pandava podem contar com todos os exércitos de Krishna, que não são poucos, mas para isso teriam de abdicar de seus conselhos para os Kaurava. Ou, se preferissem, poderiam ter os conselhos de Krishna, mas o exército ficaria com os rivais. Arjuna escolhe a companhia de Krishna, e os dois sentam-se no campo de batalha, pouco antes de o conflito começar.
Essa conversa entre Arjuna e Krishna constitui o Bagavhat-Gita, livro sagrado do hinduísmo. Krishna então conduz a carruagem de Arjuna para as fileiras inimigas, e a guerra começa. Nos dezoito dias seguintes, enquanto milhões de soldados se digladiam, as tramas paralelas vão se fechando e os personagens acertam as contas e cumprem as dezenas de vinganças e maldições que trocaram nas décadas anteriores.

Para Peter Brook, o Mahabharata é uma história universal, que fala a todas as culturas, e por isso, assim como na peça, o elenco é internacional são italianos, franceses, ingleses, egípcios, senegaleses, etc. Embora não seja exatamente uma versão filmada da peça, a fita empresta do teatro o andamento, os cenários simples e a ênfase colocada toda nos atores e no texto. O filme traz para o ocidente uma amostra bem traduzida e bem contada do que são essas grandes narrativas de fora da nossa tradição literária, sobre as quais mal ouvimos falar. E, se às vezes você se sente um indiano assistindo a Os dez mandamentos, tentando entender quem é quem e o que está acontecendo, no geral a história não é totalmente distante da cultura ocidental, e tem a peculiaridade de contar ainda com inúmeras passagens cômicas, o que não parece ser a especialidade da Bíblia.
Fonte: Omelete por André Conti
TRAILER
Download DVD ISO ou Download AVI

ELENCO:
Robert Langton Lloyd,
Erika Alexander,
Maurice Bénichou,
Amba Bihler,
Lou Bihler,
Urs Bihler,
Ryszard Cieslak,
Georges Corraface.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Peter Brook
Produção: Michel Propper
Duração: 171 min.
Ano: 1989
País: Reino Unido/ França
Gênero: Drama

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