ANGST. ( Fear ) Filme austríaco de 1983, dirigido por Gerald Kargl
Protagonista, recém libertado de uma pena de 10 anos, coloca o pé em liberdade na rua já pensando em colocar em prática os planos que ficou preparando na prisão, e vai atrás de suas novas vítimas.
Em 1h15min de filme, acompanhamos, quase em tempo real, esse primeiro dia de liberdade do personagem. Durante suas ações, sua voz em narração nos conta seus motivos, seus traumas de infância, sua nostalgia por barbáries anteriores. Ao encontrar uma moça parecida com a primeira namorada, ele a relembra (“A real whore”) e conta como foi bom transformá-la em sua escrava sexual.
Esqueça calculismos, brilhantismos, criatividade ou carisma do personagem. Aqui o lance é serial killer ejaculação precoce. O assassino é levado completamente pela sua excitação no momento, e o arrependimento após executar suas idéias com muita pressa, sem aproveitar.
Filmes sobre psicopatas são figurinha fácil no mainstream hollyoodeano; alguns deles estão entre os melhores produzidos neste filão temático, mas, por maior sucesso comercial e artístico que essas obras alcancem não se pode negar que a maioria destes filmes pintam um retrato um tanto heróico e glamourizado dos psicopatas e cabe ao cinema independente remover o verniz romântico, desnudar o protagonista e mostrar ao espectador os mecanismos da mente pertubada e criminosa sem frescuras.
Angst é um dos mais realistas filmes sobre psicopatas já feitos, em parte por um maravilhoso uso do monólogo interior. Praticamente desprovido de diálogos, a ação é costurada e entrecortada pelos monólogos interiores do protagonista gerando uma espécie de "sustentação" ou atos "justificativa" psicológica para seus atos abomináveis.
Comparado positivamente por alguns críticos com o Henry: Retrato de um Assassino, a meu ver Angst é ainda melhor e no departamento técnico muito superior ao filme do diretor John Macnaughton.A trilha sonora eletrônica (típica dos anos 80) é,em sua maior parte, discreta e eficiente com algumas camas de teclado me lembrando vagamente as do Mark Snow em Arquivo-X.
A direção do Kargl é segura com boa direção de atores, mas é no espetacular trabalho de câmera do premiado curta metragista Zbigniew Rybczynski que se concentra o poder de fogo de Angst: usando e abusando de tomadas de longa distância, wide-angle-shots, ângulos impossíveis, e complexos, intrincados movimentos de câmera que transmitem não apenas a ansiedade e confusão mental do protagonista mas também a angústia e o desespero de uma mente profundamente pertubada que o filme se revela muito superior a esmagadora maioria das produções do gênero.
Angst têm a intensidade alucinada e destreza técnica dos melhores Argento, simplesmente uma obra prima,não posso colocar de outra maneira.
Ficha Técnica: Título Original: Angst - TrailerDownload - Blog A Privada Cult País de Origem: Austria Gênero: Terror,Crime Tempo de Duração: 94 minutos Ano de Lançamento: 1983 Site Oficial: Estúdio/Distrib.: Epix Media t Direção: Gerald Kargl IMDb...8.0
Elenco: Erwin Leder...The Psychopath Robert Hunger-Bühler...Off-Text (voice) Silvia Rabenreither...Tochter Karin Springer...Tochter (voice) Edith Rosset...Mutter Josefine Lakatha...Mutter (voice) Rudolf Götz...Sohn Renate Kastelik...Taxilenkerin Hermann Groissenberger...Gast im Café Claudia Schinko ...Gast im Café Beate Jurkowitsch...Gast im Café Rosa Schandl...Kellnerin im Café Rolf Bock...Polizist
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Autor:Admin
Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro
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Batendo papo na Masmorra # 06 - O que assistimos ultimamente...
Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro
Neste podcast, Angélica Hellish e Marcos Noriega falaram sobre o cineasta Alejandro Jodorowsky.Suas peças de teatro, filmes , quadrinhos ,inspirações, curiosidades. A saga desse homem incrível, exemplo de vida e perseverança para todos nós.
Falando sobre o diretor: Alejandro Jodorowsky é um dos artistas precursores do que hoje se conhece como "multimídia": Um homem de inúmeras facetas que desafia e extrapola todos os limites do espiritual na arte.
Diretor de cinema e teatro, ator, produtor, compositor, escritor, autor teatral, filósofo, humorista, especialista em tarô e reconhecido mestre dos quadrinhos; enfim, um personagem errante em busca da "iluminação terrestre". Flertou com Bufiuel e após encontros com André Breton, escritor e principal teórico do movimento, passou a investir mais na potencialidade onírica da linguagem. No teatro, dirigiu peças de autores como Beckett, lonesco e Strindberg. Em 1970 roda El Topo no México, um faroeste metafisico que causou furor na cena underground, se tornando um verdadeiro cult. A Montanha Sagrada (1973), a obra sobre a busca alquímica da Imortalidade. Condenado ao limbo durante anos, o filme voltou à tona mais tarde pela "descoberta" do cantor pop Marilyn Manson, que utilizou fragmentos da Montanha em seu video The Dop Show (1988) e aderiu, inclusive, aos principios da Psicomagia. Os estudos místicos de Jodorowsky o transformaram numa referência internacional, sobretudo a partir da reconstrução do Tarô de Marselha em 1998, juntamente com o mestre das cartas Philippe Camoin.
Sinopses de seus filmes, trailers e links para download:
A Gravata (La Cravate)Trailer [Filme inédito no Brasil] França, 1957 Em 1957, Jodorowsky fez suas primeiras experiências no mundo das imagens em movimento filmando em Paris uma versão muda de um conto de Thomas Mann, sobre uma garota que vende cabeças. O filme, considerado perdido, foi recentemente encontrado na Alemanha. Direção Alejandro Jodorowsky Roteiro Jean Cocteau e Alejandro Jodorowsky Produção Denise Brosseau e Saül Gilbert Elenco Raymond Devos, Marthe Mercure, Jean-Marie Proslier Duração 21minutos
Fando e LisTrailer México, 1968 Poesia lírica e imagens de beleza magnética são as constantes de uma história sobre o não-amor da humanidade, que se oculta mascarado atrás dos vincos doentios da hipocrisia. Banido no México, a carreira única de Alejandro Jodorowsky começa com esta bizarra história de inocência corrompida, amor sadomasoquista e paraíso inatingível. Criada a partir de memórias dispersas de uma peça de Fernando Arrabal, a alucinação sublime de Alejandro mostra o impotente Fando e sua namorada paralítica em busca da cidade encantada de Tar, onde o êxtase espiritual reside. A incrível viagem leva o casal ao caos urbano, desertos escaldantes, montanhas traiçoeiras; suas próprias lembranças e tudo que há de mais característico na obra autoral, provocativa e incendiária de Jodorowsky no início de carreira. Direção Alejandro Jodorowsky Roteiro Fernando Arrabal e Alejandro Jodorowsky Produção Juan López Moctezuma e Roberto Viskin Elenco Sergio Klainer, Diana Mariscal, María Teresa Rivas Duração 93 minutos
El TopoTrailer México, 1970. Envolto numa roupagem alegórica e repleto de cifrados simbolismos, o filme narra as andanças de um pistoleiro místico (EI Topo), interpretado pelo próprio Alejandro Jodorowsky, através do deserto do distante Oeste, numa epopéia surrealista na qual se superará em duelos para conseguir atribuir-se o êxito de ser a pistola mais rápida do Oeste. Um encontro cósmico profundamente influenciado pelas "obras pânicas", este filme significou o tiro de saída ao circuito alternativo das Sessões Malditas propulsado pelo distribuidor Bem Barenholtz. Direção e roteiro Alejandro Jodorowsky Produção Juan López Moctezuma, Moshe Rosemberg e Roberto Viskin Elenco Alejandro Jodorowsky, Brontis Jodorowsky, Alfonso Arau, Mara Lorenzio Duração 124 minutos
A Montanha Sagrada (The Holy Montain)Trailer México, 1973 Jodorowsky interpreta o papel do "alquimista", que reúne um grupo de pessoas que representam os planetas do Sistema Solar. Sua intenção é submeter o grupo a uma série de ritos de natureza mística para que se desprendam de sua bagagem "mundana" antes de embarcar numa viagem em direção à misteriosa Ilha de Loto. Uma vez na insula iniciam a ascensão à Montanha Sagrada para substituir os deuses imortais que em segredo dominam o mundo. Direção e roteiro Alejandro Jodorowsky Produção Alejandro Jodorowsky, Allen Klein, Robert Taicher, Roberto Viskin Elenco Alejandro Jodorowsky, Horacio Salinas, Zamira Saunders, Juan Ferrara Duração 113 minutos
TuskTrailer França, 1980 (Filme inédito no Brasil) A história se desenvolve na índia colonial, no seio de rica família inglesa. Ao mesmo tempo, nascem um elefante e uma menina. Entre ambos, se estabelecerá uma singular e misteriosa relação empática na qual nada nem ninguém nunca poderá interferir. Direção Alejandro Jodorowsky Roteiro Reginald Campbelly Alejandro Jodorowsky Produção Jean-Jacques Fourgeaud, Éric Rochaty Sylvio Tabet Elenco Cyrielle Claire, Anton Driffing, Serge Merlin, Christopher Mitchum, Michel Peyrelon Duração 119 minutos
Santa SangreTrailer Itália/México, 1989 Fênix é um pobre moribundo que é internado em uma instituição mental. Através de flashbacks conheceremos o seu passado traumático marcado pela amputação dos braços de sua mãe, fanática religiosa e adoradora da seita da "Santa Sangre". Fênix conseguirá fugir do hospital psiquiátrico e voltará a buscar a sua mãe, e começará uma sangrenta espiral de vingança. Direção Alejandro Jodorowsky Roteiro Roberto Leoni, Claudio Argento e Alejandro Jodorowsky Produção Claudio Argento Elenco Axel Jodorowsky, Slanca Guerra, Guy Stockwell Duração 117 minutos
O Ladrão do Arco-Íris (The Rainbow Thief)Trailer Inglaterra, 1990 (Filme inédito no Brasil) Último filme de Alejandro Jodorowsky, é a história de Dima (Omar Sharif) e do Príncipe Meleagre (Peter O'Toole), dois personagens marginais que vivem nos esgotos, debaixo das ruas da cidade e que buscam o mítico pote mágico do final do arco-íris. Direção Alejandro Jodorowsky Roteiro Berta Domínguez Produção Johannes Weineck, Vincent Winter, Alexander Salkind y Pierre Spengler Elenco Peter O'Toole, Omar Sharif, Christopher Lee, Francesco Romano, Jude Alderson, Brigitte Barclay Duração 90 minutos
Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro
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“Intacto” de Juan Carlos Fresnadillo é o tipo de filme que o espectador deveria ver sem ter ouvido falar.
A primeira seqüência é tão eletrizante que funciona como ímã. Ela se passa dentro de um luxuoso cassino localizado nos desertos da Espanha. Há um jogador especial apostando na roleta. Ele começa a ganhar mais do que o normal. Então, o gerente manda chamar Federico (Eusebio Poncela), que está nadando numa piscina privativa dentro do complexo, claramente entediado. Federico se veste calmamente. Põe um terno elegante e um relógio suíço. E vai até o salão de jogos.
Nesse momento, a atenção do espectador já foi fisgada, sem que fosse preciso uma única palavra de diálogo. A platéia conhece pouco a respeito de Federico; pelas roupas e pelo comportamento, imaginamos que ele não é um segurança comum. Federico não está indo abordar o jogador sortudo para lhe quebrar a cara, como um thriller tradicional de Hollywood faria. Ele anda até a roleta, se junta ao grupo que lá está, toca sutilmente o braço do novo milionário. Em seguida, se afasta, ainda entediado. Na rodada seguinte, o sortudo perde toda a fortuna que havia conseguido. “Intacto” funciona melhor quando pouco se conhece a respeito da trama, mas revelar o que acontece nos minutos seguintes não acarreta problemas. Federico, como a brilhante cena de abertura indica, é uma pessoa que tem o poder quase sobrenatural de roubar a sorte dos outros. Quando deixa o salão de jogos, ele vai à procura de Sam (Max Von Sydow), o dono do cassino. Max é sobrevivente dos campos de concentração nazistas e verdadeira lenda nos círculos secretos de pessoas com o mesmo tipo de poder de Federico. Este, por sua vez, é um funcionário de Max em rota de colisão com o chefe.
Para complementar esta sinopse básica, é preciso dizer que o filme acompanha ainda as trajetórias de duas outras pessoas. Tomás (Leonardo Sbaraglia) sobrevive de um desastre de avião impossível para cruzar com Federico mais à frente. E Sara (Mónica López) é uma policial, também abençoada com sorte incomum, que investiga as estranhas histórias que correm pelos subterrâneos da Espanha, a respeito de uma sociedade secreta de pessoas com poder de manipular a sorte dos outros.
O longa-metragem de Juan Carlos Fresnadillo tem algum parentesco com o sorumbático e intrigante “Corpo Fechado”, de M. Night Shyamalan, mas possui vida própria. Fresnadillo envolve seu enredo inteligente com um belo visual estilizado, investindo em uma fotografia elegante, de cores fortes e imagens de impacto. A certa altura, uma cena intrigante traz um grupo de homens correndo, de olhos vendados, em um bosque cheio de pinheiros. Em outra, um estranho inseto incandescente voa na penumbra diante de uma mesa em que três “sortudos” estão sentados, também de olhos vendados.
As duas seqüências têm um quê de onírico que ressoa em algum lugar do subconsciente. “Intacto” não é um filme de terror, mas se torna perturbador em alguns instantes por imaginar que alguns seres humanos podem manipular o destino de outros apenas com a força do pensamento. A idéia, apresentada com naturalidade, pode ser, para alguns, muito mais assustadora do que um assassino serial com um machado nas mãos solto no meio de uma multidão.
De certa forma, o charme de “Intacto” vem do tratamento que o roteiro reserva ao espectador; em certos momentos, fica-se mais ou menos da mesma maneira que os personagens – de olhos vendados, sem saber direito o que olhar. A dica é não dar bola para isso. “Intacto” é um thriller bacana, e mesmo repetindo alguns clichês de Hollywood (a policial, por exemplo, precisa resolver problemas pessoais que, de alguma maneira, possuem alguma relação com o caso que investiga), envolve e entretém com qualidade. Intacto (clique para ver on line) Direção: Juan Carlos Fresnadillo Elenco: Leonardo Sbaraglia, Eusebio Poncela, Max Von Sydow, Mónica López Duração: 104 minutos Crédito:Cine Reporter
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Paranaense nascido nos anos 70, Eliazer Raizel � fundador do Templates para Blogger e residente em Londres - Inglaterra. Tamb�m � professor de Teologia pela Universidade JWBible College em Londres, Agente de Viagens e no tempo que sobra durante as muitas atividades � Blogueiro
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RESULTADO DAS PROMOÇÕES NO INÍCIO DO PODCAST! Promoção Filmes Com Legenda (02 pares de ingressos pra assistir o filme Karatê Kid vencedores: @Kallango e @Thiag_u mandem seus dados e endereços para o nosso email acima.
Resultado da Promoção Taverna do Ogro Encantado vencedor: @MGeissler,Mesma coisa, manda o endereço brotha!
Valeu todos que participaram!Continuaremos criando mais promoções!
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Mary And Max – Um Filme Emocionante.
“Mary And Max”, escrito e dirigido por Adam Elliot, conta a história da pequena Mary Daisy Dinkle, uma menininha de oito anos que vive na Austrália e não tem amigos. Um dia, ela tem uma idéia incrível e resolve tentar a sorte, escrevendo uma carta para alguém escolhido aleatoriamente em uma lista telefônica dos Estados Unidos.
Os pequenos dedinhos de Mary escolheram o nome Horovitz, M. J. ( Max Jerry Horovitz ). Mas o que Mary não sabe é que o seu novo amigo é uma pessoa muito peculiar... Max é um homem de 44 anos, obeso, ateu, judeu, que sofre de Síndrome de Asperger e vive em Nova York.
O filme mostra o longo período, durante o qual, perdura a amizade singular desses dois personagens interessantes. É interessante notar como a ingenuidade e a simplicidade de um, afeta o outro, direta ou indiretamente. As tristezas e sofrimentos de Mary são gerados por um pai ausente, uma mãe alcoólatra e tão ausente emocionalmente quanto o pai, perseguições na escola e a falta de amigos. Porém, o autor mostra que, mesmo apesar de tudo isso, a menina consegue manter intactas a sua inocência e fé na verdadeira amizade. Quando Mary decide escrever para Max é o primeiro ponto onde fica clara a sua esperança de conquistar um amigo. O momento em que a primeira carta de Max chega às suas mãos, mesmo apesar de sua mãe ter tentado impedir isso, é um dos mais belos do filme. É neste instante que se percebe o primeiro relance de verdadeira felicidade no rostinho de Mary. É muito difícil alguém assistir este filme pela primeira vez e não ficar chateado quando a mãe de Mary tenta impedir que ela receba a primeira carta de Max.
Do outro lado desta bela história temos Max, um homem maduro que sofre da Síndrome de Asperger, que é um tipo de autismo que se caracteriza por grandes dificuldades na interação social, o que o torna quase tão inocente e ingênuo quanto Mary.
As dificuldades de Max o tornam praticamente insensível à amizade e outros sentimentos. E por isso, a invasão repentina de Mary, causa muitos transtornos a Max, já que, de forma inocente, Mary vira de cabeça para baixo o pequeno e ordenado mundo de Max. As perguntas e afirmações de Mary são, algumas vezes, algo que Max procurou evitar durante toda a sua vida. Por exemplo, ele não entende o conceito de amor e outros sentimentos.
Quando Mary toca neste assunto, o enfrentamento tão direto com algo que ele não conhece, e por isso evita a tanto tempo, faz com que ele tenha o primeiro colapso. E este é apenas o primeiro de muitos que virão com as futuras cartinhas de Mary.
A forma como os dois se comunicam é uma dás peças mais interessantes desta história. A forma inocente de Mary escrever e expressar seus sentimentos faz com que ela seja absolutamente direta e totalmente autêntica em suas palavras, o que é algo que Max espera das outras pessoas, já que, por causa do seu autismo, ele não consegue entender as nuances do comportamento humano e das emoções.
Desta forma, Max retribui à esta clareza e inocência de Mary da mesma maneira, com a mesma sinceridade e de forma direta. E isso, do ponto de vista das pessoas “normais”, é algo que não faz sentido, ou não parece ser “normal”. Mary e Max falam de tudo o que sentem e pensam em suas cartas, e o fazem sem falsos pudores ou moralismos. Mas eles fazem isso, da forma mais inocente e ingênua em que as suas condições permitem. Para eles, aquilo é algo absolutamente natural. Eles não conhecem outra forma de se expressar. Eles não conhecem falsidade, hipocrisia e outras características das pessoas adultas, no caso de Mary, e das pessoas “normais”, no caso de Max. Interessante também é a forma como, mesmo que indiretamente, Max ajuda no desenvolvimento do caráter de Mary. Afinal, é baseada no seu desejo de visitá-lo e conhecê-lo que ela toma várias decisões no decorrer de sua vida. Por exemplo, ela consegue um emprego para poder juntar dinheiro para comprar uma passagem para visitar Max. Posteriormente, durante seus estudos na faculdade, o seu interesse é totalmente direcionado em conhecer a doença de Max para poder ajudá-lo. Por sua vez, Mary consegue romper o ciclo de rotinas constantes que controla e direciona a vida de Max. Ele vive em um mundo onde tudo, mesmo parecendo caótico para os outros, na visão dele, está perfeitamente organizado e funcional. Por isso mesmo que, as primeiras cartas de Mary provocam tamanha confusão. Mas, por estar vislumbrando pela primeira vez em sua vida, a possibilidade de conseguir um amigo verdadeiro, Max decide enfrentar os sustos que as cartas provocam, para que assim, ele possa conhecer a sensação de ter um amigo. Então, desta forma um tanto traumática, Mary acaba tornando-se um farol para Max, algo como que uma meta, ou seja, algo que o incentiva a romper por conta própria o paredão de medos e limitações a que ele se impôs durante toda a sua vida. Além da belíssima historia, do primor da animação e de tudo o mais que compõe este maravilhoso filme, algo que não posso deixar de destacar é a Trilha Sonora, que estou ouvindo enquanto escrevo este texto. Um trabalho primoroso de Dale Cornelius, que conseguiu adicionar muita beleza e emoção à alma deste filme.
A música entitulada “Whatever Will Be Will Be”, que é executada na cena em que Mary chega ao ápice de suas desilusões, é maravilhosa. Depois que a ouvi pela primeira vez quando assisti o filme, me apaixonei e passei a procurar a trilha sonora só para ouvi-la na integra, e valeu a pena. Todas as músicas deste filme são excelentes.
Para concluir, devo dizer que o filme “Mary And Max” não é perfeito. Provavelmente, alguém com olhos mais especializados para cinema do que eu poderá encontrar um ou outro aspecto negativo no filme, mas, mesmo que aconteça, acredito que isso não afetaria em nada a qualidade e a emoção de assistir este filme.
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Feliz Natal
"Feliz Natal" projeta o que se tornou a celebração natalina na pós-modernidade. O primeiro filme de Selton Mello no papel de diretor mostra o seu lado desconhecido para o público. Com a câmera na mão e com ajuda da celebração do natal, que torna-se o fio condutor, temos o relato de uma realidade precària de uma familia da classe média do Rio de Janeiro.
A tristeza percorre a projeção do inicio ao fim.
"Natal não é comes e bebes e nem consumação, é o nascimento do menino Jesus" nesta fala dita por Mércia (Darlene Gloria) durante o almoço de natal, vemos o objetivo de Mello na realização da obra.
Mércia aflita ao ver a volta do filho
Os diàlogos muitas vezes são trocados por gestos corporais e fazem o diferencial da trama. A câmera percorre o ambiente e sempre para em um rosto angustiado, que por meio da feição grita o descontentamento de permanecer preso naquela celebração.
Acredito que Mello só quis colocar na tela um desabafo artístico. Um sopro, uma forrma de mostrar sua inspiração sem precisar atuar.
Selton dirigindo a Atriz Darlene Gloria
No quesito atuação todos os atores são excepcionais, dos principais aos menos recorrentes a trama. Destaque para interpretações de Leonardo Medeiros, Darlene Gloria e Thelmo Fernandes.
A trilha sonora triste e as luzes me remeteram as obras de Walter Salles. Inclusive uma das personalidades que mais elogiou o filme.
Caio desolado com o passado
A experimentação também figura em torno da obra, exemplo mostrado na cena que as formigas invadem a refeição natalina.
O filme é parado, necessita bons olhos, concentração ao se deparar com os mínimos detalhes. Ao final da fita você pode sentir alegria ou raiva, depende muito do seu gosto cinematográfico. Mas eu acho que vale apena ser visto, já que essa realização vigora uma saída dos padrões recorrentes do cinema brasileiro.
Uma boa dica para repensarmos melhor na nossa relação familiar, além de repensarmos no verdadeiro significado das datas comemorativas.
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Isaac Asimov, Internet e conhecimento
Recebi agora pouco via twitter a indicação desse vídeo, onde Isaac Asimov, famoso por seus livros de ficção científica repleto de idéias muito, mas muito além do tempo em que viveu.
É como se ele já conhece as ferramentas das quais ele fala, podemos ver ali todo o conceito de internet, e por que não dizer redes sociais, e na forma como essa ferramente deveria ser usada para facilitar e melhorar nossas vidas. (É claro que não conseguiremos isso enviando fotos de gatinhos e cachorrinhos em .pps por e-mail)
A entrevista gravada em 1988 por Bill Moyers no programa de TV World of Ideas.
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