Peacock

Realmente tá ae um filme cuja sinopse engana muito, não sei se tenho o direito aqui de estragar a mesma surpresa que tive, vendo os minutos iniciais desse filme. Praser sincero peguei o filme por causa da Ellen Page, a menina sabe escolher os filmes em que ela atua, de modo a não ficar marcada com o mesmo tipo de papéis em todos os filmes. Por tanto lá fui eu assistir Peacock.
Peacock, no Nebraska, é uma daquelas típicas cidadezinhas americanas, bem interioranas, que se não fosse pelos carros e tecnologia vistas no cenário, você não saberia situar em que ano a história se passa.
A trama nos apresenta John Skillpa (Cillian Murphy de Batman Begins), um bancário, que vive sua vida rotineira e pacata, mas com inúmeros traumas (preste muita atenção as fotografias da abertura do filme) e por conta disso tem uma personalidade acuada, praticamente vivendo enclausurado dentre de si mesmo, e embora a mãe já esteja morta, ele ainda compra doces escondido e guarda uma caixa com seus segredos particulares sob os degraus de uma escada velha, sempre atento a janela do quarto de sua mãe.
Impossível não ligar o personagem Skillpa à Norman Bates, de Psicose, pois o trauma do relacionamento com a mãe, o fez desenvolver uma dupla personalidade, Maggie Skillpa, John conseguia mantê-la dentro da casa, até que após o descarrilhamento de um trem, faz com que um vagão atinja a casa dos Skillpa, revelando assim Maggie à população de Peacock, que passa a acreditar que eles sejam na realidade um casal.
Agora Maggie tem a oportunidade de conhecer o mundo fora de sua casa, isso acaba seduzindo-a, e cada vez mais passa a dominar a personalidade de John.
A essa altura do filme, embora intrigado com a trama, eu estava me perguntando: - Afinal de contas, onde entra a personagem da Ellen Page nisso tudo?
Bom assim, do nada, em uma noite ela bate à porta de John, pedindo dinheiro para ir embora da cidade. Ela faz o papel de uma garota desafortunada que tem um filho com John (!!!). No entanto Maggie passa a querer ajudá-la, impedir que vá, talvez ali esteja uma fração de instinto materno e afinidade pela criança.


Fui então procurar algumas críticas na Internet à fora, e sinceramente, das que encontrei, as pessoas parecem não ter assistido mesmo filme que eu, alguns o classificaram como "suspense sobrenatural", ou mesmo a sinopse oficial, que "após acidente, banqueiro passa a enfrentar problemas."
A unica crítica interessante e condizente com o mesmo filme que vi, embora com algumas sutis diferenças na própria compreensãoda trama, o que é totalmente plausível e justificável, pois cada pessoa vê a trama e a absorve de uma maneira, condizente com toda sua bagagem, está aqui nesse link.
Agora convido vocês leitores do Masmorra, a darem suas impressões sobre esse filme, que parece ter sido notado pelos amantes da sétima arte.
Olá, heróticos!
ResponderExcluirPrimeiramente, obrigado pela indicação! Esse filme realmente vale a pena. Acabei de assistir agora e resolvi comentar pra agradecer.
Não sei se tenho algo pra falar do filme, pois o texto do post resume bem. A associação com Psicose também me veio à mente enquanto assistia ao filme [só li dois parágrafos do texto antes de assistir ao filme], mas sem cópias. A comparação é possível por haver semelhanças e não por haver cópia discarada de uma idéia.
Devo dizer que durante todo o filme eu sentia uma grande angústia, sempre receoso de que alguém descobrisse que John e Emma eram a mesma pessoa. Felizmente, o desfecho não foi nesse sentido e o final não estragou o filme todo.
Quando o filme começou e apareceu Emma, eu juro que não percebi que era um homem. A caracterização ficou realmente boa, mas não apenas física. A personalidade de ambos ficou bem marcada. De um lado John fraco e querendo se esconder e de outro Emma forte e querendo ver o mundo. São o dois lados de uma mesma moeda. Pelo que percebi, a personalidade de Emma é parecida com a da mãe do John; ao menos é o que eu suponho, pois a mãe é apenas referida e nunca mostrada mesmo em flashback durante o filme.
Acho que isso era o principal. Falei muito, mas acabei dizendo o que já foi dito antes.
Abraços-zumbi!
Que bacana que vc conseguiu conferir o filme e acreditou na minha indicação!
ResponderExcluirPrincipalmente, que bom que gostou do filme e teve uma impressão parecida com a que tive.
Angústia é exatamente o sentimento que pode traduzir esse filme, e sem dúvida a surpresa inicial é que em um primeiro momento você é apresentada à Emma e não ao John... é um filme muito interessante.
Eu fiquei com uma dúvida, ao meu ponto de vista, John tinha medo da mãe, ao olhar pela janela para pegar a caixa escondida, e os chocolates em sacolas separadas... mas será que esse medo não era de Emma?
Acreditei na sua indicação e valeu a pena. Quanto à sua dúvida, me lembrei que algo que pensei enquanto assistia ao filme, mas que havia me esquecido depois: John tem medo tanto da mãe quanto de Emma porque Emma é uma materialização de sua mãe.
ResponderExcluirOlha a loucura que eu pensei agora! Por que John precisaria materializar a mãe que tanto o maltratou? Porque ele é extremamente dependente e não possui auto-estima, por isso ele se sente, ou desprotegido ou livre - ambos os sentimentos poderiam lhe dar medo. Já o fato de Emma querer ser livre se explicaria como uma manifestação da vontade de John que ele recusa/rejeita (não sei qual a melhor palavra) em si mesmo.
Talvez um pouco viajada esta teoria, mas o fato é que John tinha medo da mãe e este medo criou Emma e agora John tem medo dela. No filme, parece que John vê em Emma a imagem de sua mãe.
Abraços, Barão!